quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O CASAL DO ANO

Todos nós já nos deparamos na vida com aquela situação, que pelo seu dramatismo e respectiva carga psicológica assume dimensões brutais e deixa marcas duradouras nas profundezas da nossa alma. Falo-vos como é óbvio do momento em que, com a vitória á vista, somos ultrapassados na recta da meta. Muitos afirmarão que existem situações muito piores! Mas esses, a única coisa que conhecem do primeiro lugar é o rabinho de tal classificado…

Na verdade, as repercussões de uma derrota deste calibre, pode influenciar toda uma vida. O meu amigo X que sobe ao altar (se não for ultrapassado na recta da meta) por estes dias ficou a saber recentemente que lhe acabava de escapar, a ele é à sua prometida, o título de Casal do Ano. E como ele ambicionava esse título, lembro-me daquele dia em que enquanto degustava uma empada e bebia uma tacinha dizia com aquele brilho nos olhos: “ Este já não me escapa, vou marcar a sessão fotográfica com a Caras”.

Acontece que o tão desejado título escapou mesmo. O X foi ultrapassado na linha da meta, pelo casal formado por uma égua do rio e um plagiador pimba. Para aqueles mais distraídos cabe-me informar que me refiro à Popota e ao Tony Carreira.

Uma derrota é sempre uma derrota mas perder assim custa muito. Lembro-me que quando era mais novo e a bola era minha podia sempre pegar na bola e ir para casa, mas agora, e perante uma coisa assim o que poderia o X fazer? Exactamente! Não podia fazer nada.

Este ataque foi feroz e muito bem orquestrado por uma cadeia de hipermercados em conjunto com a Cruz Vermelha Portuguesa, e como se não bastasse com a ajuda de um Canal de Televisão. Confesso que o princípio orientador deste ataque, o apoio aos seniores, é de louvar, mas podiam ter feito as coisas de outra forma.

Desde logo importa questionar a ideia base de tudo isto. Porque será que juntaram uma égua do rio e o Tony para a edição deste CD? Bem sei que por cada CD vendido reverte 1€ para a referida causa, mas não seria mais vantajoso ameaçar os portugueses, obrigando-os a contribuir, com a edição do tal CD. Julgo que sim! Ora pensem lá: “Ou você contribui com 1€ ou fazemos um CD com uma égua do rio e o Tony Carreira!!!” Pessoalmente, acho que renderia mais mas isso sou eu que prefiro música.

Analisemos agora o processo de escolha do Casal. Tenho uns amigos que fumam umas cenas que, reflectindo com seriedade, eram bem capazes de se lembrarem desta dupla. Mas, isso são eles que por acaso também gostam de música. Agora, tenho ideia que neste caso existiu um conjunto de pessoas, com um chorudo ordenado, que sonhava ser possível juntar duas figuras que “vendessem” a causa. No fim de um longo processo criativo a magnifica decisão que todos conhecemos. Por vezes mais vale fazer como os meus amigos e fumar umas cenas!

Nos últimos dias, e apesar do generoso subsídio de desemprego dos portugueses, e da normalidade com que decorre a governação e a justiça deste país, tenho adormecido com bastante dificuldade com algumas perguntas que me atormentam: A Popota e o Tony?Será que foi engano? Não consigo explicar.

Tenho concentrado todas as minha forças na busca de uma razão lógica que explique porque é que na tentativa de angariar donativos se junta uma égua do rio, gorda e quase nua, que quando defeca abana o rabo para melhor espalhar a cena e um cantor pimba cada vez mais conhecido pelas traduções musicais que tem feito. Eu ia jurar que a ideia era fazer uma campanha de sucesso. É que se objectivo não é o sucesso, estão os criativos de parabéns. Consigo imaginar o Tony e as suas músicas lado a lado com a égua sempre a dar ao rabo. Consigo imaginar a égua gorda e quase nua a tropeçar e a esmagar o artista. Consigo imaginar a égua a curtir o som do Tony. Consigo até imaginar as noites loucas e de infindável prazer entre os 2. Agora uma Campanha de Solidariedade!!! Desculpa X mas desta nem os meus amigos se lembravam…




segunda-feira, 24 de novembro de 2008

MARKETING ENGANA MENINOS




Que levante o dedo aquele que nunca ouviu falar do Noddy. Já sabia... Tinha que ser aquele indivíduo no fundo da sala a colocar o dito em riste! Outra vez aquele senhor, o tal que nos casamentos lá da freguesia aparece na Cerimónia sem ser convidado apenas para levantar o dedo quando o Reverendo pergunta se alguém tem alguma coisa a opor! Mas que raio, será que o gajo não se cala para sempre!!!


De qualquer forma cá vai, o Noddy é uma personagem do imaginário infantil que “passa a maior parte do seu tempo com os seus amigos da Cidade dos Brinquedos – jogando, rindo e aprendendo sobre o mundo que os rodeia”. Acontece que esta figura exemplar para as crianças e grande percursor dos valores e da moral não passa no fundo de um grande irresponsável. Sim, eu disse irresponsável. As crianças que me perdoem esta infâmia mas perante uma fraude deste calibre não poderia eu, em consciência, ficar calado. Acresce a esta qualificação, e porque um mal nunca vem só, a incompetência do Orelhas. O Orelhas acredito que alguns não conheçam, outros recordando uma tarja desfraldada em plena bancada do Estádio da Luz por uma escritora de sucesso pensarão no Luis Filipe. Porém o Orelhas, o do Noddy, é “o velho gnomo bondoso, com conselhos sensatos. O Orelhas é uma figura “crescida”', sábia e alegre – acessível, tranquilizador e sempre feliz em ajudar a resolver os assuntos ou a explicar uma situação complicada”. A parte do velho gnomo bondoso até posso aceitar mas mais do que isso é abuso. Abuso porque se o Noddy está em fase de aprendizagem o Orelhas devia cumprir de melhor forma a função para que foi concebido.

A verdade é que o Orelhas, figura criada para explicar a um par de burros animados coisas da vida, só tem duas opções ou explica ou então, aproveitando o facto de ser velho, morre. Agora o que é factual é que não existe 3ª hipótese.


O que também não pode acontecer é ver o Noddy a pilotar um avião e a olhar para o lado. Ainda por cima dentro do Centro Comercial com pessoas a circular a toda a hora. Se é para isto que querem o coitadito inscrevam-no na Al-Qaeda, já que é para mandar o avião ao tapete…Agora não façam deste ícone da irresponsabilidade figura de culto do Canal 2, promotor do Bimbo e vendedor de Puzzles da Majora!


Todos sabemos como funciona a Sociedade de Consumo em que vivemos: reage a estímulos, compra de forma desmedida, cria obsessões, etc. Com semelhante protagonismo importa desde logo alertar os mais incautos para um conjunto de questões, relacionadas com o rapaz, que a meu ver são pertinentes e podem marcar as gerações vindouras. Desde logo a idade do indivíduo, porque ou ele é maior de idade e pode conduzir aviões e automóvel (desta aberração falarei adiante), ou então estamos perante mais uma má influência para as nossas crianças.


Em segundo lugar, o vestuário, aqui a vergonha é completa. Ou será que eu sou o único que acho aquelas roupas um pouco gays? Nem vou perder tempo com os sapatos vermelhos de meio metro, com os calções e com a camisola. Fico-me apenas pelo lenço ao pescoço, é verdade, o Noddy caso ainda não tenham reparado usa um lenço no pescoço. A única coisa que também aparece na TV com um lenço no pescoço é o Zé de Castelo Branco, mas tudo bem o filho é vosso e cada um dá os exemplos que acha apropriados. Uma nota ainda para o gorro (a cereja em cima do bolo). Será que o Noddy nunca o tira? Parece-me que não! Ou seja: mal-educado, pelo menos quando entra na casa das pessoas devia tirá-lo; estúpido, no verão acho que um gorro não fica muito bem; e porco, ou será que ele não liberta suor quando está um calor dos diabos.

Por fim temos o famoso automóvel amarelo, ora quanto a isto importa questionar o seguinte: quantas pessoas conhecem com um carro amarelo? Na minha terra aqueles que tem um carro amarelo são geralmente apelidados de “parolos”. Mas mais uma vez o filho é vosso!

Digam lá que o Noddy não é um exemplo do Marketing de sucesso!